Eu gosto de Quentin Tarantino. O cara é O Cara e pronto. Ele é um dos únicos que consegue a façanha de fazer diálogos longos sem serem chatos. Lembra da conversa em uma lancheria em Cães de Aluguel (92), ou ainda a cena do Kill Bill (2004) em que Bill explica para a noiva o porquê de ele ter feito tudo o que fez? Pois é, estas cenas foram bem longas. Isto eu friso com adoração, porque não se faz muito mais disso nos filmes de hoje em dia. São raros os diretores que disponibilizam mais de 5 minutos para um único diálogo. Talvez seja por isso que eu adoro a cena em que Harvey Keitel conta uma história, possivelmente real e possivelmente fictícia para William Hurt escrever em Cortina de Fumaça (1995). Eu simplesmente adoro cenas longas com um conteúdo digno de mais tempo para se desenvolver. Porém, não foi nada disso que eu vi em Inglorious Basterds (2009). As conversas longas típicas em um filme do Tarantino me irritaram um pouco. Duas destas mais precisamente. A conversa entre o coronel Hans Landa (que está soberbo) até é bacana devido ao seu ápice ao final da falação, na qual o desfecho move praticamente a metade da história, a outra metade é liderada pelos sanguinários “Os Bastardos”. Já a outra cena comprida teve muita falação e pouco entusiasmo para chocar, fazer rir, ou seja lá o que for, e além de tudo isso terminou da maneira mais chata e previsível possível. Eu sabia que apesar de ser um filme com o nome dos Bastardos Inglórios estampado no título, o filme não iria ter somente explosões e mortes, e ser apenas sobre eles. Mas com certeza, eu esperava ver umas batalhas legais a la 300 e o próprio Kill Bill 1 e 2. Porém teve mais falação do que ação. Se pelo menos os personagens fossem cativantes. Aldo Raine (Brad Pitt) está caricato demais, e seus Basterds também não são lá estas coisas, a não ser pelo Urso Judeu (Eli Roth) e seu taco de beisebol, que é bem inspirado. A história basicamente se resume aos dois planos para matar Hitler, um deles arquitetado por Shosanna (Mélanie Laurent) , a dona de um pequeno cinema em Paris, e o outro arquitetado pelos próprios Bastardos Inglórios. Então como eu estava dizendo, eu gosto de Tarantino, o cara é O Cara, mas não o bastante para me fazer idolatrar um filme que não chega nem perto de seus antecessores.
Nota: 7
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